Entre 1° de março e 15 de novembro de 2021, 79,7% das pessoas que morreram por covid-19 no Brasil não haviam recebido nenhuma das doses da vacina.
Um estudo recente da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) avaliou o efeito das vacinas contra o novo coronavírus na população brasileira e concluiu que 91,49% das pessoas que morreram pela infecção, entre maio e julho deste ano, não tinham tomado vacina ou não estavam totalmente vacinadas com as duas doses ou dose única, no caso do imunizante da Jansen.
Em Petrolândia, sertão de Pernambuco, o município contabilizava 45 óbitos quando havia 1774 infectados em 28 de Agosto. Já em 6 de Janeiro de 2022 os números ativos de contaminados subiram 213%, em 9 de fevereiro eram 2.988 infectados, mas o número de óbitos não aumentou tanto quanto antes da vacinação: 51 (6 a mais).
A correlação entre vacina e diminuição dos sintomas, internamentos e mortes pela Covid-19 parece estar evidente em todos esses dados apresentados que podem ser consultados em fontes confiáveis por qualquer cidadão, mas não para um pequeno grupo de Petrolândia que hoje decidiu “protestar” na sessão da Câmara de Vereadores pelo “direito de não se vacinar e nem de vacinar os filhos”, assim como derrubar o último decreto municipal.
Cartazes com os dizeres: “Não seja um aceitonista“(?), “Vacina experimental”, “A ganância mata!”, os manifestantes discutiam ainda que seus filhos não sejam proibidos de assistirem aulas presenciais por não estarem vacinados (por escolha dos pais), no entanto o decreto não prevê esse ponto.
Em vigor desde o último dia 7 de março o decreto, acompanhado por todos os municípios da Microrregião de Itaparica, proíbe realização de eventos e suspende as aulas até o dia 7 de Março, consequentemente, a reunião ordinária não poderia acontecer com público.
Adelina Martins (PODEMOS), vice presidenta da casa, substituindo o presidente Erinaldo Alencar, Dedé de França (MDB), cancelou a reunião com base no decreto.
Em nota a câmara municipal explicou a decisão de cancelar a reunião:
“Nota de Esclarecimento
A Câmara Municipal de Petrolândia, torna público e faz saber que
Em 09 de fevereiro de 2022, especificamente às 10:00 horas, seria realizada a Sessão Ordinária, em conformidade com Calendário Semestral de Sessões.
Ocorre que, em 07 de fevereiro de 2022, o Poder Executivo Municipal, expediu Decreto nº 1201/2022, estabelecendo diretrizes, para cumprimento de novas regras, em decorrência da Pandemia do COVID-19, assim como, Governo do Estado, através do Decreto Estadual nº 51.864 de 30.11.2021.
Neste ínterim, este Poder Legislativo Municipal, expediu de pronto, a Portaria nº 008/2022, (Publicada no Site Oficial da Câmara Municipal em 08.02.2022) estabelecendo novas regras para realização de eventos e trâmite de Sessão Ordinária, cumprindo protocolos, e limitando público que se faria presente às sessões.
No entanto, em horário anterior ao início da sessão, contrariando o disposto contido na Portaria em epígrafe, adentrou ao recinto da Câmara, cidadãos petrolandenses, que viriam em busca de soluções passíveis de alguns entraves ora existentes no Município.
Neste caso, observou-se que as regras estavam sendo descumpridas, não no sentido de atender aos anseios dos cidadãos, mas no sentido da viabilização em epígrafe encontrar-se de modo contrário às normas.
Assim sendo, os Parlamentares presentes, imbuídos em cumprir o Regimento Interno da Casa, decidiram não adentar o espaço público e levar à frente esta reunião, para não infringir à norma imposta, decidindo ouvir uma Comissão formada, que aqui encontrava-se para ter conhecimento das reivindicações em pauta.
Urge salientar, que o Presidente da Casa encontrava-se ausente, por motivos de viagem, estando apta a assumir a Presidência a Sra. Vereadora e Vice-Presidente, Adelina Martins, que, por não sentir-se bem no momento anterior à sessão, necessitou ser afastada das funções.
Desta forma, fica esta Casa, à disposição dos cidadãos, para quaisquer dúvidas e possíveis reivindicações, ficando a próxima sessão ordinária marcada para o dia 23.02.2022, às 10:00 horas da manhã.
Adelina Maria Martins Pereira Viana Souto
Vice-Presidente”
O vereador Said Sousa (PODEMOS) não perdeu a oportunidade e inflamou tanto manifestantes quanto a população em geral com falas, vídeos e áudios repletos de desinformação sobre a Covid-19 e a vacina (mesmo estando ele já imunizado). Na Câmara, sem usar máscara, ferindo os protocolos, buscou inflamar os manifestantes contra os colegas parlamentares, deturpando a decisão do cancelamento.
A série de atitudes podem conferir quebra de decoro se a Câmara resolver instaurar processo disciplinar para apuração dos fatos.
FAKE NEWS SOBRE VACINA
O trabalho de desinformar traz temor à parte da população que recebe centenas de mensagens em seu celular todos os dias e, muitas vezes, não têm tempo de apurar. São vídeos falsos com montagens que mostrariam crianças morrendo por conta da vacinação, no entanto não há nenhum registro de óbito de crianças por conta da vacina, informação dada pelo próprio Ministério da Saúde.
Porém, a Covid-19 já é a segunda causa de morte em crianças com mais de 1.400 crianças de zero a 11 anos. Há também mais de 2.400 casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) associada à Covid-19, com um conjunto de sintomas graves que afetam o coração e podem levar à morte.
Tamanho o risco à saúde pública levou o senador Jorge Kajuru (PODEMOS) apresentar projeto de lei a estabelecer que seja considerado crime o compartilhamento de informações falsas sobre vacinas. A proposta prevê pena de detenção e multa para quem insistir na divulgação de fake news. De acordo com a justificativa, o movimento antivacina cresce no Brasil, o que para Kajuru impõe grandes riscos à saúde pública.
Diferente das fake news nossa matéria disponibiliza aqui para você, leitor, todas as fontes pesquisadas para a escrita desse texto.
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