O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Crédito no Estado de Pernambuco (Sindicato dos Bancários de Pernambuco) não compareceu à audiência de mediação coletiva proposta pela Federação Nacional dos Bancos (FENABAN) à Superintendência Regional do Trabalho em Pernambuco, em razão da campanha de comunicação intitulada “Banqueiros inimigos nº 1 do Brasil”, em dezembro de 2021.
A ação política, que respondia ao descumprimento dos bancos em garantir protocolos de prevenção à Covid-19 e postos de trabalho, criticava ainda a jornada de trabalho em excesso, contou com outdoors e painéis móveis instalados na parte traseira de ônibus de transporte coletivo (busdoor) por toda Recife, acusando os maiores bancos privados de serem o principal inimigo do Brasil e de gerarem “miséria e fome”.
A FENABAN afirma que, com a campanha, o sindicato trabalha contra os bancários.
Em nota o Sindicato rebate e repudia posicionamento da Federação Nacional dos Bancos. Leia na íntegra:
O Sindicato dos Bancários de Pernambuco informa que não tomou ciência do ofício de convocação para participar, no dia 2 de maio, de audiência de mediação pela Superintendência Regional do Trabalho em Pernambuco – Ministério do Trabalho, conforme comunicado falacioso divulgado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Importante ressaltar que tal afirmativa é comprovada pela certidão obtida junto à SRTE, na qual é atestado que não há confirmação de recebimento do convite, e cujo desconhecimento do mesmo só foi sanado após as tentativas para esclarecimento da inverídica nota da FENABAN.
Em defesa do emprego bancário e de condições de trabalho para a categoria, o Sindicato realizou em dezembro de 2021, uma campanha de mídia externa, com outdoors e outbus, com o mote “Banqueiros inimigos nº 1 do Brasil – Santander, Bradesco e Itaú. Mais de R$ 50 bilhões de lucro que geram fome, miséria e desemprego”.
A ação política foi uma resposta ao descumprimento, por parte dos bancos, de protocolos de prevenção à Covid-19 e do acordo de não demissão durante a pandemia, além do excesso de jornada imposta aos bancários e cobranças de metas inatingíveis durante a pandemia.
No processo de judicialização iniciado pela Fenaban, os representantes jurídicos e políticos do sindicato participaram, no dia 9 de março, de uma audiência de mediação e conciliação pré-processual, através do PROAD nº 2685/2022.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT), através de sua Vice-Presidente, Dra. Nise Pedroso Lins de Sousa, rejeitou a ação, assegurando a incompetência da Justiça do Trabalho para julgá-la, nos seguintes termos: “Conclui pela incompetência desta Especializada, acolhendo o parecer do MPT, considerando a Desembargadora Vice-Presidente inadequada a via do Sindicato patronal, com a consequente rejeição do presente procedimento” .
Novamente, numa frívola tentativa de subjugar o Sindicato dos Bancários, apesar de já estar ciente de que as matérias ali tratadas não são de competência do MPT, nem da Justiça do Trabalho, quiçá do Ministério do Trabalho, a Fenaban utilizou-se de um ardil para criar esta narrativa fantasiosa de desrespeito às Instituições Estatais.
Com 90 anos de luta em defesa dos trabalhadores, o Sindicato dos Bancários de Pernambuco repudia a Fenaban pela prática antisindical e ameaças feitas à organização sindical, na tentativa de inviabilizar a luta dos bancários, em razão de uma ação legítima e que em nada prejudica o processo negocial.
Para o Sindicato dos Bancários de Pernambuco, “agressiva” não é a denúncia presente na peça de mídia elaborada pela entidade, mas, sim, a prática dos três maiores bancos privados, que juntos lucraram R$ 69,3 bilhões em 2021, e, sem oferecer contrapartida social, demitiram bancários em plena pandemia.
Sobre as medidas de proteção à saúde dos bancários e dos usuários, o sindicato ressalta que todos os itens de proteção e protocolos foram conquistados após reivindicações da categoria e rodadas de negociações com os bancos.
Priorizamos o diálogo e a negociação, mas não nos furtamos da luta em casos de acirramento, pois representamos os interesses dos trabalhadores e não dos banqueiros.
Esclarecemos ainda que todos os documentos oficiais que são citados na presente estão à disposição para aqueles que os almejem consultar.
O Sindicato dos Bancários de Pernambuco reafirma o seu compromisso com a defesa irrestrita dos trabalhadores bancários, além do respeito a todas as esferas administrativas e judiciais estatais, e, pautando o seu trabalho no princípio da liberdade e autonomia sindical prevista pela OIT, não aceitará ameaças dos banqueiros.
SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE PERNAMBUCO
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