Operação da PRF resgatou 207 pessoas escravizadas que atuavam na colheita e carga e descarga de uvas em Bento Gonçalves (RS). Os trabalhadores denunciam que foram vítimas de ameaças e maus tratos, incluindo o uso de choques elétricos e spray de pimenta. Eles trabalhavam para uma empresa prestadora de serviço contratada pelas vinícolas Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi.
Inicialmente, os órgãos que atuam no resgate haviam divulgado 150 e depois 190 trabalhadores envolvidos. Dos 207, 194 voltaram para a Bahia em ônibus fretados, quatro ficaram na cidade e nove foram para outros municípios no Estado.
Participaram da operação, além da Inspeção do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Federal. A assistência social do município e a Secretaria de Justiça do Rio Grande do Sul deram apoio no processo de acolhimento de vítimas.
A operação teve início, na última quarta (22), após um grupo fugir de um alojamento onde, segundo relataram, sofriam agressões com choques elétricos e spray de pimenta.
A fiscalização apreendeu tasers e tubos de spray de pimenta no local. Havia vigilância armada para garantir que tudo permanecesse do jeito que o patrão queria.
As ameças aos trabalhadores eram frequentes. Alguns foram informados que, caso faltassem ao trabalho por questões de saúde, teriam que pagar todos os custos de transporte desde a Bahia. Isso fez com pessoas trabalhassem mesmo doentes.
Após o resgate os trabalhadores escravizados receberam acolhimento no ginásio Darcy Pozza, em Bento Gonçalves, na quinta-feira (23).
Fontes: G1, UOL