MULHERES EM PERIGO NO SERTÃO DE PE

MULHERES EM PERIGO NO SERTÃO DE PE

Artigo de opinãos por : Francis Rubens

Em 2022 Pernambuco teve um aumento de mais de 5% nos casos de violência contra a mulher. E isso são apenas os casos devidamente registrados. Os dados apontados pelos órgãos oficiais são apenas a ponta do iceberg.

Mesmo com todos os avanços como criação da delegacia da mulher e leis como a lei Maria da Penha, muitas mulheres ainda são vítimas de violência e não contam com nenhum aparato público que garanta sua segurança e punição aos agressores.

Do mesmo modo no sertão de Pernambuco as mulheres vivem uma situação de pleno desemparo em relação a segurança. Em Pernambuco exitem 14 delegacias especializadas para atendimento de mulheres, apenas 3 são no sertão do Estado.

Desamparo e machismo

Essa falta de atendimento especializado vulnerabiliza ainda mais as vítimas de agressões. Nas cidades do interior do estado há uma predominância de uma cultura machista inclusive dentro dos órgãos de segurança pública. São inúmeros os relatos de mulheres sofrerem constrangimento e que são coagidas a não prestar queixas por parte dos próprios agentes de segurança. Pessoas bem relacionadas e de grande poder aquisitivo conseguem ter um histórico extenso de agressões e não ter um boletim sequer registrado contra eles.

Até em lugares onde as delegacias comuns não sofrem influência direta dos agressores, ainda assim é extremamente difícil para a mulher denunciar a agressão. Muitas ficam horas esperando atendimento, tendo que lidar com o constrangimento de estar a vista de muitos com as marcas da agressão.

É urgente que exista algum aparelho institucional livre da influência dos poderosos de cada cidade do interior para proteger as mulheres. O Estado precisa parar de dar as costas ao sertão e às mulheres sertanejas e dar mais acesso a atendimentos especializados.

Assim os poderes municipais, mesmo com o descaso do governo estadual, também não estão isentos de responsabilidade. Faltam estruturas municipais confiáveis de amparo às vítimas de violência, como locais de acolhimento 24hs para vítimas e transporte gratuito para a delegacia da mulher mais próxima. Ações que estão perfeitamente viáveis se o governante tiver interesse de proteger as vítimas e não de proteger agressores por seus sobrenomes e conta bancária.

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