FORROZEIRO LUIZ WILSON – UM POETA DO SÃO JOÃO DO NORDESTE

FORROZEIRO LUIZ WILSON – UM POETA DO SÃO JOÃO DO NORDESTE

O Cantor e compositor Luiz Wilson faz show no São João de Caruaru, neste diz 12 de junho, a partir das 22 horas. Vindo diretamente de São Paulo-SP, ele estará iniciando pela Capital do forró, no Polo Camarão, uma turnê nordestina pelos palcos das festas juninas mais famosas do Nordeste. Além de Caruaru , no dia dos namorados, estará também no dia 23 de junho na véspera de São João em Arcoverde, a partir da meia-noite, na grade de shows do Pólo do forró-pé de –serra João Silva ; no dia de São Pedro em Vitória da Conquista-BA, na Praça 9 de novembro, além de ter o privilégio de fazer a abertura do São João de sua terra , Sertânia- “A República da Poesia”, no Sertão do Moxotó-Ipanema pernambucano, dia 20 de junho, na Praça de Eventos.Esta é, sem sombra de dúvidas, a melhor excursão que o Forrozeiro Poeta (como também é conhecido) faz pelas terras nordestinas.

Do Mesmo jeito , que o sertanejo colhe nos meses de maio e junho feijão e milho, aquilo que semeou nas suas roças, lá atrás. Luiz Wilson está no São João deste ano celebrando a colheita dos grãos, após ter plantando sementes e ter trabalhado duro em sua trajetória. Desfruta agora de uma valorização e reconhecimento que o fazem festejar cada vez mais a cultura popular nordestina e agradecer a Deus e ao Universo a fartura de bênçãos. Além de músicas autorais, ele faz um repertório de sucessos consagrados de Luiz Gonzaga, Flávio José e Jorge de Altinho, com forte pegada junina, bem como um pouco de forró de Vaquejada raiz. Conhecido também como o “Forrozeiro poeta”, seu estilo musical é o Forró Pé -de-Serra, enriquecido com pitadas de repentes e improvisos cantados e recitados, que ele consegue desenvolver no palco, comunicativo, simpático e gentil, proporcionando uma interação positiva com o plateia, alternando senso de humor, romantismo e brincando sempre com uma linguagem poética e expressões regionais, o que torna seu show diferenciado, único e especial. O show tem participação especial da cantora e poeta mineira Fatel Barbosa e do Maestro Zezinho da Oara , sanfoneiro consagrado de Arcoverde, também no Sertão do Moxotó-Ipanema , entre outros músicos de destaque da sua banda Pintando o Sete. Até o ano de 2007, ele conciliou a carreira artística, com trabalho na área comercial. Sua grande virada de chave em sua trajetória, ocorreu a partir de 2006, quando conheceu Fatel Barbosa, artista, produtora (e que, anos mais tarde viria a ser sua parceira companheira), que o encorajou a partir pra projeto profissional e viver exclusivamente de seu trabalho artístico. Como já em 2003 ele havia lançado o projeto “Pintando o sete” , (o sétimo álbum de sua carreira), que representou um divisor de águas em sua carreira, com arranjos bem cuidados de Osvaldinho do Acordeon, a partir daí seu trabalho começou a deslanchar e ser conhecido do público nordestino na capital paulistana e fora dela, o que o levou a assumir com coragem a missão de ser um profissional da música.

Luiz Wilson iniciou sua carreira em 1986, na era dos compactos de vinil. Desta época, mas que é sucesso até hoje, destacou-se “Parente acomodado”, uma temática que revela episódio do cotidiano de migrantes nordestinos nas terras paulistanas. De lá prá cá, são 16 (dezesseis) discos, entre compactos, LPs e CDs. Shows em São Paulo e cidades da área metropolitana, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Paraíba, em Casas de shows a exemplo do CTN – Centro de Tradições Nordestinas, Patativa, Remelexo (São Paulo-SP), Sala de Reboco (Recife-PE), Cultura Bacana( Vitória da Conquista-BA), bem como na rede de restaurantes nordestinos Feijão de Corda, Casa Di Fatel (Paralheiros-SP), Centro de Gastronomia de Arcoverde-PE, Além de inúmeros eventos de Festas juninas de grandes empresas em São Paulo, bem como Prefeituras municipais de Sertânia (PE) e outras do interior paulista, sem esquecer do Movimento Sertão Perifa e do Forum Nacional do forró pé –de- serra, do qual faz parte. Gravou músicas com as participações especiais de grandes nomes da cultura nordestina em seus discos: Dominguinhos, Anastácia, Caju & Castanha, Dejinha de Monteiro, Valdir Teles, Fatel Barbosa, entre outros. Além de seus trabalhos autorais, tem gravado músicas de Luiz Gonzaga, Téo Azevedo, Zé Marcolino, João Silva, Duval Brito, Josessandro Andrade, Ilmar Cavalcanti e Nanado Alves, Antônio Amaral, Valter e César Amaral, , Patrício Cruz, Pessoa Nunes,entre outros.

Como músico destaca na sua admiração por grandes artistas com os quais já trabalhou em seus projetos: Osvaldinho do Acordeon, Mestrinho e Claudinho de Monteiro, sem esquecer do Maestro Zezinho, de Arcoverde e de seu primo Andrade de Sertânia ( Jacildo ), sertaniense radicado em Vitória da Conquista –BA, cujo “jogo de fole “ o encanta. Luiz Wilson já esteve se apresentando, sendo entrevistado e cantando em inúmeros programas de Televisão, a exemplo de: Viola , Minha Viola (Enezita Barroso, TV Cultura-SP) , TV Aparecida –SP, Bandeirantes, (SP TV -Rede Globo), JR News Talentos (Record News), Canal Terra viva, Record News( Heródoto Barbeiro), Programa Chico Soares, Programa Lucas de Alencar, Hora e vez do Brasil (Assis Angelo), TV UESB (Vitória da Conquista-BA) e Arena sertaneja,só para citar estes. Compositor de mão cheia o Forrozeiro Poeta tem um talento criativo para compor melodias e letras, que o fizeram um compositor festejado por divesros intérpretes da música nordestina, que tem procurado suas músicas prá gravar. Nomes como : Anastácia, Caju e Castanha, Tom Oliveira, Marzinho de Arcoverde, Zé de Zilda, Zé Duarte, Fatel Barbosa, Almir Santos, Zé da Guia, Geraldo Brito, Rouxinol do Nordeste, Felipe Costta, Joãozito do Acordeon, Dika de Monteiro e Dantas do Forró, apenas prá ficar nestes aqui. Forró , xote, baião, arrastapé, entre outros gêneros do forró tem sido alvo das criações musicais de Luiz.

O seu processo de criação, ele define como espontâneo. “Quando imagino um tema ou tenho uma ideia eu a desenvolvo a melodia e a letra. Às vezes surge de momento a melodia. Costumo primeiro absorver e desenvolver a melodia. A letra, até pelo fato de ter o dom da poesia, desenvolvo com mais facilidade… Em alguns casos, início e encaminho para Duval Brito concluir, ou às vezes concluo o que ele me manda”, explica Wilson, como é chamado em família.

Por falar em Duval Brito, (poeta escritor e compositor, seu primo legítmo, nascido em Sertânia-PE , e radicado em Paulo Afonso-BA ), ele é o principal parceiro de Luiz Wilson. “Estamos juntos , eu e Duval , desde o início da minha carreira musical e temos uma parceria de muita fidelidade e irmandade, assim como atualmente com Fatel Barbosa, parceria que vai além da parte musical. Tenho parcerias também com Anastácia, Germano Júnior, JK, Zé de Zilda, Ademir Rodrigues, Patrício Cruz, Tony Lima, dentre outros…”, detalha Luiz, que tem inovado o forró , trazendo novidades temáticas e soluções melódicas para determinadas letras mais complexas, que fazem do seu cardápio musical um faustoso banquete do cancioneiro nordestino.

Das músicas de sua autoria A tampa e a panela (Luiz wilson & Fatel Barbosa ), é um dos carros-chefes da sua obra, sendo um de seus maiores sucessos, onde a música destaca toda a força lírica de românticos que se complementam, de modo criativo, com uma linguagem tipicamente nordestina. Além da gravação do próprio Luiz Wilson, ela já teve seis regravações, por Ton Oliveira, Caju e Castanha, Onildo Barbosa , Carneiro do Acordeon, Zé Duarte e Marzinho de Arcoverde.“Do tempo , do seu tempo“ é um resgate cultural das raízes do sertão, dos costumes da cultura regional e das tradições sertanejas: “Eu ainda sou do tempo, do retrato e do papel / da foto no monóculo / brincadeira de anel/ da carta escrita a punho/ do fichário e do rascunho/ e ainda testemunho com leitura de cordel.”

“Direitos iguais” (Luiz Wilson e Duval Brito), do disco do mesmo nome. É um xote que traz uma denúncia social em tom de protesto político: “Eu queria ver a terra divida/ casa e comida não era prá faltar/ eu queria ver todo mundo empregado / aposentado não pagar pra trabalhar/ eu não queria ver tanta gente no lixo / igual a bicho tentando se alimentar/eu queria ver nossa população/ desfrutando dos direitos iguais/ porque são muitos que tem muito pouco/ e são poucos que tem muito mais. “Se a gente briga durante o dia / logo de noite tudo fica bem/ nosso chamego é tão gostoso/ tem o tempero que outro não tem/ eu sou o mel da rapadura/ você é o suco de pitanga/ te digo com toda certeza/ eu sou a corda e você a caçamba”. Neste trecho de “A corda e a caçamba”, música de Luiz Wilson em parceria com a Anastácia, “A Rainha do forró”, vemos a delicadeza imagética de sua escrita, pincelando o amor, combinando entre o doce e o acre.“Melô do jabá” (Luiz Wilson) é um samba de coco, que toca no delicado tema do sucesso comprado, da música que é massificada nos ouvidos das pessoas através da propina paga (o “jabá”) aos meios de comunicação que a executam de forma que, a população acaba ficando condicionada a cantar ate mecanicamente.

“Fazer sucesso não é coisa de talento / faz muito tempo que tento / já não aguento/ eu vou voltar pro lombo do meu jumento/ quem sabe assim vai acabar meu sofrimento/ esse é o apelo do poeta popular/ que aprecia o bom tempero/ mas não tem jabá”.

Nascido no Sítio Recanto Verde, Município de Sertânia, do qual se orgulha e fala sempre por onde passa, Luiz todo ano quando vem passar suas férias neste seu lugar de origem, na véspera da viagem de volta para São Paulo SP, realiza o “Recanto do Verso”, festa de muita poesia e música, com apresentação de cantores, sanfoneiros, cantadores de viola repentista, cordelistas e aboiadores, regada a muita comida e bebida tipicamente sertanejas. Esta festa é Destacada na gravação do Poema de autoria do Cantador repentista e cordelista Genival Pereira,(Gato Novo) “Á Sombra da baraúna”, que faz abertura prá o Arrastapé “Vamos pro Recanto Verde”. “Eu vi”, (Luiz Wilson/ Duval Brito) é um xote, com estrutura de versificação semelhante aos cocos de embolada, que faz retrospectiva histórica da vida econômica e social do pais, os passando a limpo a campanha das diretas, a eleição e morte de Tancredo, os planos econômicos, até tratar de problemas da vida nas grandes cidades e questões da vida moderna como Bullyng, pedofilia e prostituição infantil na internet, e o processo de descaracterização da identidade cultural do Pais: “ Vi as famílias/ perdendo os seu valores /Vi disputa de pastores /Brigas por religião /Vi contratante/ De estado e prefeitura /Usar verbas da cultura,/ Para banalização”.

“Amor de verdade” , outra composição a quatro mãos dos primos Duval e Luiz, um forró de ritmo gostoso, que invoca a sensualidade, a gentileza e a cumplicidade do querer bem, nas brincadeiras sadias do amor. Ideal para uma proposta de amor numa noite de Santo Antônio ou no dia dos namorados.

A gratidão a família mostra a largueza de espírito do artista e poeta Luiz Wilson“Quando eu vim m’ imbora”, é um tributo a sua mãe , Dona Elvira Vasconcelos, um doce de pessoa que tive o prazer de conhecer. “Sempre meu herói” é uma homenagem ao seu pai Juca Leite, agricultor e criador, por cujo sangue nos ligamos o parentesco pelos “Leite”. “Obrigado Jesus”, é um louvor religioso, que Luiz Compôs para seus filhos evangélicos que são. “Tia Fulô”, é dedicada a sua tia Floriza, que o acolheu, quando saiu de Sertânia para Paulo Afonso -BA para concluir o Ensino Médio.Ainda nos Tributos, temos “Profissão de Vaqueiro”, que comemora a regulamentação da profissional de vaqueiro pelo Congresso Nacional, que teve como relator, um outro Luiz sertaniense, o deputado federal Gonzaga Patriota, também da zona rural, pertinho Do Recanto de Luiz, lá em Pinto Ribeiro, povoado do Distrito Henrique Dias.

Luiz Wilson completou 30 anos de carreira , em 2016, lançando o cd “Revivendo nos trinta” fazendo um disco comemorativo que celebra toda esta versatilidade de sua personalidade artística: Cantor, compositor, poeta, cordelista, apresentador, palestrante, escritor.

Na Época ele sintetizou a celebração do sentimento de felicidade por tudo que trilhou. O Baião “Um simples forrozeiro”, dele com Duval Brito, revela a sua essência de humildade e seu compromisso com sua origem de nordestino do Sertão: “Só um simples forrozeiro / das terras do Moxotó/ eu estou comemorando trinta anos de forró/…” Não ganhei disco de ouro/ nem maior revelação/mas estou realizado/ vou cumprindo a missão/ Divulgando o meu Nordeste preservando a tradição/ defendendo a Bandeira deixada por Gonzagão/ o Forró está escrito / na palma da minha mão…”

Luiz Wilson é também escritor, tendo publicado os livros “Mina terra, minha gente, minha vida”, onde conta toda a trajetória de sua existência, “Vendendo e aprendendo em cordel- ”, onde ensina o passo a passo da venda, em versos que mostram como ser um vendedor de sucesso, copilando assim a sua palestra “Treinamento rima com divertimento”, ministrada nas empresas de São Paulo-SP, Onde ele mistura o conhecimento de sua experiência no campo comercial, com o talento poético. Luiz escreve poesia popular tendo escrito com Zé de Zilda A Toada “Sertânia, cidade sertaneja”, onde homenageia sua terra natal, e em parceria com Duval Brito a embolada “O Homem velho e o homem novo”, gravada pela dupla Caju e Castanha,que já tem mais de seis milhões de visualizações no you tube .Poeta cordelista, Luiz faz parte da Caravana do Cordel e é autor da Editora Luzeiro, tradiconal na edição da literatura de cordel. Publicou os cordéis “As Proezas de Adeládio “, “Caju & Castanha em Cordel” e “Roberto Carlos- Emoções em rimas”, entre outras produções, além de cantar a viola no intervalo de cantorias e empreeender junto com artistas parceiros e promover cantorias de repente, atuando também como apresentador, Luiz Wilson completa agora 18 anos do seu programa de Rádio “Pintando o Sete “, na Rádio Imprensa FM, que difundindo Forró pé de serra, cantoria de viola, Toada e literatura de cordel, é líder de audiência na Grande São Paulo SP. Há um ano trouxe também este projeto prá perto de sua terra, estando “Pintando o Sete” , sendo apresentado na Rádio Itapuama fm, desde 2016, também já líder de audiência na região Moxotó -Ipanema. Um programa prá se ouvir com a família no almoço de domingo, pra se passar de geração a geração, a cultura do sertão, o forró matuto e a arte de qualidade. No projeto “Pintado o sete”, lidera um movimento de artistas nordestinos, abrindo espaço prá eles no seu programa e projetos que promove, com competência, parceria e generosidade, como sempre é Luiz Wilson em tudo que faz.Certamente , por conta de tudo isto, Luiz Wilson, além de inúmeras moções e premiações, inclusive recebeu os títulos de ‘Mestre da cultura Popular nordestina”, do Estado de São Paulo e da Capital Pulistana sua obra e seu legado vem recebendo tributos e homenagens a si e aos seus , como forma de poetas e artistas retribuírem tudo que ele tem feito, manifestando sua gratidão e admiração em toadas para o sítio da sai família ( já são três : uma de Luiz Freire, outra de Duval Brito e Inácio Siqueira e uma do Mestre Onildo Barbosa), além da música “O Sítio Recanto verde”, de Luiz Lopes(Banda tempero Nordestino / Arcoverde-PE) , e a música que homenageia, escrita por Duval Britoe gravada na voz de dezenas de artistas para homenagea-lo. Sempre de alto astral, Luiz Wilson é otimista em relação ao momento atual do forró:

“Para nossa alegria o forró autêntico se manteve e se mantém e está muito além. As bandas que surgiram nas décadas 90 e 2000 ,que estão regredindo a cada dia e os nossos artistas do Forró pé de serra, dentro dos seus mercados tem se mantido”, analisa Luiz , em entrevista a Revista Melodia, concluindo esperançoso.

Share

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

PHP Code Snippets Powered By : XYZScripts.com