O Banco do Brasil fez um comunicado ao Mercado, nesta semana, assumindo o compromisso de proteção e não retaliação aos denunciantes, testemunhas e depoentes que acionem processos éticos ou a ouvidoria interna. A medida anunciada é vista como um avanço pelo movimento sindical, que tem cobrado uma gestão mais humanizada e um clima organizacional positivo no Banco do Brasil.
De acordo com o documento de apresentação divulgado, “o Banco do Brasil valoriza a manifestação dos denunciantes e depoentes de boa fé e entende que esse papel contribui para a melhoria dos processos internos e mitigação dos riscos”.
“Nos canais do BB disponíveis para denunciar uma prática irregular o sigilo é garantido, segundo as diretrizes divulgadas pelo banco. Colocar a orientação de não retaliação no papel é muito importante. Mas, vamos cobrar que esse compromisso de proteção aos funcionários denunciantes seja cumprido na prática”, afirma a representante do Nordeste na CEBB, Sandra Trajano.
Com as diretrizes do Banco do Brasil, que garantem a não retaliação a denunciantes e medidas objetivas em caso de retaliações confirmadas, a perspectiva é que os bancários utilizem com mais segurança esse canal institucional.
O Sindicato dos Bancários de Pernambuco tem realizado uma forte campanha de incentivo à denúncia de casos de assédio moral no canais da entidade sindical, que já recebeu muitos relatos da prática abusiva no Banco do Brasil. “Entre os bancos públicos, o Banco do Brasil é o que tem a maior quantidade de casos denunciados e os mais graves. Tratamos de forma séria essas denúncias. Estaremos vigilantes para que o BB também garanta a proteção necessária na sua ouvidoria interna e não permita que essa ferramenta seja desvirtuada”, afirma o presidente do Sindicato, Fabiano Moura.
As diretrizes comunicadas ao mercado não foram apresentadas ao movimento sindical, embora exista uma mesa de negociação específica sobre o tema. “Esperamos que, de fato, este compromisso assumido pelo banco saia da boa intenção e seja assumido na prática. Porque a realidade que temos hoje é de retaliação e perseguição. Inclusive com impedimento de ascensão e retiradas de comissão. É louvável a atitude do Banco do Brasil, no entanto, de nada vai adiantar se a instituição continuar atuando com a lógica do mercado; exigindo metas abusivas; transformando agências em unidades de negócios, seguindo exemplo do setor privado; não convocando concursados pra reduzir a sobrecarga nas agências e departamentos e avançando o processo de terceirização. Todos esse elementos originam as mazelas enfrentadas por todos e todos que trabalham no Banco do Brasil. Além de assumir o compromisso com o mercado é imperativo que o banco trilhe outro rumo e atue como uma instituição financeira pública de fato”, conclui Fabiano Moura.
Fonte: seec-pe
Postado por: Beatriz Albuquerque em: 18/07/2023 17:54:59
