Com 23 votos, o líder indígena, ativista ambiental, filósofo e escritor Ailton Krenak foi eleito nesta quinta-feira (5) para a Academia Brasileira de Letras (ABL).
Primeiro indígena a ocupar uma cadeira na ABL, assumirá a de número 5, que pertenceu a José Murilo de Carvalho, falecido em agosto deste ano. Disputaram com Krenak a historiadora Mary del Priore (12 votos) e o escritor também indígena Daniel Munduruku, (4 votos).
TRAJETÓRIA
Ailton Alves Lacerda Krenak nasceu em Itabirinha, em Minas Gerais, na região do Vale do Rio Doce. Saiu dali ainda adolescente para morar no Paraná, onde se tornou produtor gráfico e jornalista. Foi um jovem militante. Nos anos 1970, participou da criação da União das Nações Indígenas, primeiro movimento de expressão nacional, que enfrentou resistência da ditadura militar.
Teve papel decisivo na Assembleia Constituinte, e protagonizou um dos momentos mais emocionantes, quando subiu à tribuna para defender o direito à terra e o respeito às populações indígenas.
É criador de um centro de estudos indígenas e com frequência é convidado para dar palestras dentro e fora do Brasil. Recebeu os títulos de doutor honoris causa das universidades de Brasília e de Juiz de Fora.
Em 2020, Krenak conquistou o prêmio Juca Pato de intelectual do ano concedido pela União Brasileira dos Escritores. Em 2023, lançou o livro “Um rio um pássaro”, que narra a sua jornada por terras indígenas nos anos de 1980 e 1990. Ele também está presente na internet onde entrevista pensadores deitado numa rede.
De sua obra destaca-se a quadrilogia: Futuro Ancestral, A vida não é útil, Ideias para adiar o fim do mundo e O amanhã não está à venda.
Fonte da biografia: G1