O escritor e filósofo Ailton Krenak decidiu se candidatar a uma vaga na Academia Brasileira de Letras na cadeira de número 5, aberta após a morte do historiador José Murilo de Carvalho no último domingo 13.
O patrono da cadeira em questão é Bernardo Guimarães, romancista do séc XIX conhecido pela novela Jupira, que contém traços indianistas com o erotismo de corpos indígenas.
Vencendo a disputa Krenak será o primeiro indígena a ocupar uma cadeira na prestigiada academia.
Há dois anos, o escritor Daniel Munduruku tentou uma vaga, mas não foi escolhido e agora, em apoio à candidatura de Krenak, se retira da disputa.
A ocupação da cadeira, argumentam as entidades indigenistas, detêm significado histórico na retomada de indígenas em torno da sua narrativa retratada na literatura brasileira.
Concorre com ele a historiadora Mary Del Priore.
Ailton Krenak, nascido em 1953, em Itabirinha (MG), é um dos organizadores da Aliança dos Povos da Floresta, uma organização que reúne comunidades indígenas e ribeirinhas no eixo amazônico.
Entre seus clássicos estão: “Ideias Para Adiar o Fim do Mundo”, “Futuro Ancestral” e “A Vida Não é Útil”.