A manifestação que acontece a cada quatro anos em homenagem à sindicalista Margarida Alves, camponesa paraibana assassinada covardemente em 1983.
100 mil mulheres seguiram em passeata até o Congresso Nacional com chapéus de palha e roupas de cor lilás dando o tom estético do ato.
A sétima edição da Marcha das Margaridas – composta por agricultoras, ribeirinhas, quilombolas, indígenas, marisqueiras, entre outras – tem como tema “Pela reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”. Participam, ainda, representantes de movimentos populares de 33 países.
A Marcha das Margaridas está em Brasília no intuito de receber respostas do governo a respeito de um conjunto de reivindicações entregue no último 21 de junho.
Composto por 13 pontos, o caderno com as pautas da Marcha de 2023 foi entregue em um evento com a participação de 13 ministras e ministros e também ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.
Entre os eixos estão a autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade; justiça ambiental e climática; autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética; democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios; e universalização do acesso à internet. Em um caderno de 52 páginas, cada um desses pontos é detalhado com propostas de ações e políticas públicas.
No final da manhã desta quarta (16), o presidente Lula (PT) discursou às manifestantes na Esplanada dos Ministérios. Entre as medidas anunciadas, está a prioridade que será dada a mulheres na seleção dos beneficiários do Plano Emergencial de Reforma Agrária.
O governo federal informou também que serão criados o Programa Nacional Quintais Produtivos (que visa promover autonomia econômica de agricultoras) e o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios.
Margarida Maria Alves, que presidiu o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, e foi assassinada em 12 de agosto de 1983, a mando dos latifundiários da região. Profética, Margarida costumava dizer que “é melhor morrer na luta do que morrer de fome”.
Para acessar o caderno, link abaixo:
https://ww2.contag.org.br/documentos/pdf/17867-9790807-pauta-marcha-nova-web.pdf
Fonte: Brasil de Fato